Paulo Falcão Alves

Vaguear na Maionese

Paulo Falcão Alves

A DECADÊNCIA DO CIVISMO

O egoísmo e a falta de civismo para com o próximo é algo cada vez mais presente no nosso dia-a-dia e que me deixa mais preocupado com o mundo que há de vir. O conceito de fraternidade e de amor ao próximo já não fazem decididamente parte do quotidiano de muita gente – poucos são poucos aqueles que dão sem esperar receber algo em troca.

Este fenómeno tem levado a que o povo aja sem qualquer tipo de cordialidade ou decência cívica, pensando apenas em si, como se o mundo real fizesse parte de outra galáxia que não a sua.

Infelizmente este tipo de comportamentos pode ser visto sob as mais variadas situações pelo que aqui apenas vou desabafar algumas que me deixam verdadeiramente marafado.

Um desses exemplos tem a ver com a falta de cordialidade e bom senso no trânsito, algo que todos nós já vivenciamos por diversas vezes. Porque é que as pessoas não agradecem quando paramos e lhes damos passagem? Pelo contrário aceitam a cordialidade impávidos e serenos sem esboçar um qualquer simples obrigado, olhando para a frente com se trouxessem na cara palas como os cavalos de Penafiel...

Depois existem aqueles que usam a caixa do multibanco como se fossem os únicos seres vivos do planeta, demorando por vezes eternidades a guardar os seus pertences, ignorando os que, geralmente com alguma pressa, aguardam a sua vez para utilizar o mesmo serviço.

Também temos aqueles que usam as caixas rápidas dos supermercados e que, em vez de colocarem as compras no saco previamente aberto, vão passando os produtos pela máquina, pagam e só depois é que se lembram que têm que colocar os seus haveres nos sacos – haja paciência...quem quiser que espere – temos tempo!!!

Mas para mim o pior são os alienados que viajam em transportes públicos, como o avião ou o comboio, e que se põem a ouvir outras falas em alta voz nos seus dispositivos móveis como se o espaço apenas a eles pertencesse – um fenómeno transversal a todas as faixas etárias e classes sociais...

Por fim, não posso deixar de falar daqueles que trazem o cãozinho à rua e se limitam a ver o cão defecar, num qualquer passeio longe de suas casas, para de seguida abandonarem o local do crime como se nada fosse... enfim, a decadência do civismo
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