Fabiano de Abreu

A razão por meio da ciência

Fabiano Agrela Rodrigues

Neurociência no tratamento dos transtornos depressivos

A neurociência é a parte da ciência que estuda o sistema nervoso, principalmente o cérebro. Entender o sistema nervoso humano e suas limitações, é uma chave crucial para melhor tratar transtornos como a depressão. O cérebro doente desenvolve um corpo doente e um corpo doente desenvolve um cérebro fraco em todos os aspectos.

Um bom funcionamento do sistema nervoso se pauta em uma boa conexão entre neurônios, dendritos, corpo celular, axônios e fenda sináptica. Quando a conexão do SNC falha, promovem-se alterações demonstradas pela ausência, redução ou excesso de neurotransmissão ou tempestades elétricas. Estudos apontam que 1 a cada 5 pessoas podem apresentar doença mental durante a vida e aproximadamente 4% da população sofre de transtorno mental crônico grave.

Atualmente, a depressão tem sido considerada o grande mal que afeta a sociedade civil. A Organização Mundial da Saúde (OMS), aponta que, no mundo todo, cerca de 350 milhões de pessoas convivem com a depressão, classificando o quadro, inclusive, entre as doenças degenerativas que desenvolvem mortes prematuras. A depressão não é um problema nos neurotransmissores e sim um problema anatômico do cérebro, que prejudica o funcionamento dos neurotransmissores. O cérebro é plástico, logo, traumas ou impactos constantes no humor podem moldá-lo de maneira prejudicial.

A depressão é caracterizada por uma aflição orgânica, psicológica, ambiental e espiritual. É uma espécie de angústia que impacta diretamente no humor e é seguida por perda de interesse, de prazer e alegria na vida. Com a angústia e a aflição, a pessoa desenvolve dores físicas e psicológicas, gerando um ciclo de sofrimento tão intenso que parece não ter fim.

Além disso, os pacientes têm que enfrentar preconceitos que podem agravar o quadro sendo, muitas vezes, visto como um preguiçoso ou acomodado pelas pessoas que estão próximas a eles. Ou seja, ao invés de receber socorro, recebem mais uma dificuldade para driblar. É importante ressaltar que, sem o devido tratamento e atenção médica de qualidade, os pacientes apresentam recaídas e um ciclo de euforia e retorno do quadro depressivo até pior do que o anterior.

Por isso, compreender os aspectos neurobiológicos dos transtornos mentais são importantes para a aproximação da neurociência e da psiquiatria. Ainda é necessário avançar em tratamentos melhores, mais rápidos e eficientes. Estudos de terapia como a EDMR, que estimula o cérebro a processar memórias perturbadoras, estão ganhando espaço no tratamento para alívio dos sintomas. Vários aspectos estão sendo compreendidos pelos clínicos e cientistas, permitindo uma melhor compreensão do estado crítico nos transtornos de humor e abrindo caminhos para a busca de técnicas mais eficazes de diagnóstico, tratamento, prevenção suicídio e eventuais sequelas cognitivas.

Link do estudo: https://doi.org/10.37811/cl_rcm.v5i6.1149